terça-feira, 9 de dezembro de 2008

MARQUES: MORREU O CRAQUE; NASCEU O ÍDOLO.

No dia 12 de março de 1973 morreram, no mundo inteiro, aproximadamente 132,953 pessoas. A simbiose necessária para que haja equilíbrio nas sociedades é a relação estável entre a vida e a morte, isto é, equiparar os números de forma que a progressão não seja aritmética, desordenada, descontrolada. Neste relacionamento, entre vida/morte, ascendeu uma estrela, também em 12 de março de 73, em Guarulhos/SP, cuja nomenclatura foi denominada como Marques Batista de Abreu, popularmente conhecido como Marques.

Atacante nato desde pequeno - devido à sua fragilidade física e, não menos importante, sua espantosa velocidade -, Marques iniciou sua carreira no Corinthians, clube no qual permaneceu durante três anos. No entanto, suas discretas atuações e as sucessivas faltas de oportunidades culminaram na saída do jogador.

Marques passou pelo Flamengo – conseguindo quatro títulos com o rubro-negro – e pelo São Paulo. Mas foi no Galo, de Minas Gerais, que o jogador conseguiu a projeção no âmbito nacional e internacional. Quando chegou ao clube, em 1997, o atacante não transparecia segurança e, tão pouco, objetividade. A situação conflituosa, estabelecida nos primeiros dias após a sua contratação, logo foi abafada após as ótimas atuações com a camisa alvinegra.

Sua primeira passagem pelo Galo terminou em 2003, quando o jogador brilhou, nos gramados de São Januário, atuando com a camisa cruz-maltina. Em 2005, após uma breve passagem pelo Nagoya Grampus, do Japão, o atacante retornou às terras mineiras, novamente atuando pelo Atlético MG. O ano foi dramático e, como classificou Drummond, “naquele fatídico 27 de novembro” o Galo amargou sua maior desgraça, o rebaixamento para a série B do Campeonato Brasileiro. O ídolo estava lá e, como um menino sem pais, chorou como ninguém.

Marques, em 2006, rumou para o Yokohama Marinos/JAP, e lá permaneceu por dois anos. Sua saída conturbada, logo após o rebaixamento, ficou conhecida como o perdão da dívida e a promessa do volto. O atacante, em uma transação milionária, abriu mão do dinheiro que seu clube de coração lhe devia e prometeu; “eu voltarei”.

Em 2008, centenário do Atlético MG, o ídolo alvinegro retornou ao clube, mas o jogador não era mais o mesmo. Com a idade avançada, aos 35 anos, Marques não tinha a mesma velocidade, sua qualidade – inegável, mas insuficiente -, não lhe rendia mais as boas atuações, o que resultou em um ano de fracassos. Ora, os torcedores alvinegros amargaram várias derrotas, humilhações, etc., o craque já não era gênio. Marques Batista de Abreu, o Marques, carinhosamente conhecido como “CALANGO”, morreu imortal, a saber: a) O jogador continua vivo, mas reza a lenda que para encontrar a morte, basta um suspiro; b) suas recentes atuações provaram que ele não tem a mínima condição de jogo, o que nos remete à consciência lógica de que a aposentadoria está próxima; c) o craque morreu, não será o mesmo, nem tem forças para tal, mas o ídolo apenas aflorou no coração alvinegro e, por todo o sempre, Marques será lembrado não como um paulista de naturalidade, mas como um mineiro e atleticano de coração.

FICHA TÉCNICA:

Nome completo: Marques Batista de Abreu
Nome popular: Marques
Data de nascimento: 12/03/1973
Local de nascimento: Guarulhos
Altura: 1,74 m
Peso: 66 kg
Clube atual: Atlético MG (2008)

Clubes

1993-1995: Corinthians-SP1996: Flamengo-RJ1997: São Paulo FC-SP1997-2002: Atlético Mineiro-MG2003: Vasco da Gama-RJ2003-01/03/2005: Nagoya Grampus - Japão02/03/2005-06/02/2006: Atlético Mineiro-MG07/02/2006-2007: Yokohama Marinos - Japão2008: Atlético Mineiro-MG


Títulos por equipe
Campeonato Paulista: 1995, 1997Copa Brasil: 1995Campeonato Carioca: 1996Copa Conmebol: 1997Campeonato Mineiro: 1999, 2000Copa Guanabara: 2003


Títulos pessoais
Melhor artilheiro do campeonato do Estado de Minas Gerais: 1998Bola de prata brasileira (Placar): 1999, 2001

Outros títulos Paulista (1995 e 1997)Copa do Brasil (1995)Carioca (1996)Pré-Olímpico, pela Seleção Brasileira (1996)

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